Depois de quase seis meses de aulas presenciais suspensas, ainda há muita discussão acerca do retorno das aulas presenciais nos Estabelecimento de Ensino Particulares em Campo Grande, entretanto, na última reunião realizada entre Ministério Público, proprietários de escolas e poder público municipal, um fio de esperança surgiu para os empresários, com o consenso relacionado à retomada das atividades de forma gradual a partir do dia 10 de setembro.
Em que pese este retorno ainda depender de uma melhora nos dados da pandemia na Capital, onde se observa uma tendência de estabilização dos números, o Ministério Púbico, por meio de seus representantes, finalmente admitiu uma data prevista para o retorno e isso representa avanço.
A possibilidade de retorno acende entre os empresários a discussão acerca daqueles pais que optaram por não realizarem os pagamentos das mensalidades escolares durante o período de pandemia ou que o fizeram até onde puderam, mas tornaram-se inadimplentes, apesar das tentativas de negociação de descontos. O que fazer com os grande número de inadimplentes? Terão os pais/alunos condições de adimplir com as mensalidades regulares dos meses de atividade presencial deste ano e ainda pagar os débitos anteriormente acumulados?
A realidade é que o setor da educação privada foi um dos mais afetados pela Pandemia. Inúmeras escolas, principalmente aquelas que voltavam suas atividades para a educação infantil, experimentaram uma enxurrada de rescisões contratuais e outra de inadimplência, a ponto de a própria condição de manutenção da atividade empresarial ter sido abalada.
Com um prejuízo financeiro gigantesco, um abalo no planejamento pedagógico e aproximando-se o período de renovação contratual para um novo ano letivo, cabe aos empresários refletirem sobre as estratégias de retomada do negócio nos próximos meses e isso inclui retomar a relação com os clientes que tiveram que rescindir seus contratos.
Neste ponto, entendemos que os pais inadimplentes podem ser o próprio gatilho de retomada de fôlego para o próximo ano. Isto porque, o período de rematrículas se aproxima e este é o momento de fidelizar o seu cliente com um bom contrato, onde a escola poderá garantir o aluno para o próximo ano letivo, reparcelando as dívidas acumuladas na rematrícula e ainda ofertar aos pais uma boa oportunidade de regularizar sua situação financeira.
Enfrentamos um momento de dificuldades para todos e, em que pese parecer uma frase clichê, o ditado “a união faz a força” fará todo o sentido neste momento de retomada. Aqueles que melhor souberem aproveitar as oportunidades e aqueles que melhor negociarem com seus clientes, terão em suas mãos as chaves de um ano de sucesso e crescimento para 2021.
Dra. Camila dos Santos Oliveira
OAB/MS 19.635
